terça-feira, 22 de março de 2005

A Água


Sou instável,
incerta
sou volúvel
muito irrequieta

corro
para onde vou
vou por onde
corro
por onde ando
não digo
pois isso (o que faço)
é cá comigo

tenho força
e tudo destruo
quando quero
e sem querer
tudo abomino
nada domino,
por vezes não
controlo o meu poder



Não tenho forma
moldo-me a ti,
moldo-me a tudo
a tudo me adapto
tudo quero
a nada me ligo
corro junto
nada me prende

sou contida
por vezes
desmesuradamente
quero-te a ti
mas nada possuo

bem precioso
que inevitavelmente
tanta falta faz,
mas quando em excesso
em tudo o que toca, desfaz

é este o meu poder, a minha sina
é esta a minha natureza;
querer tocar-te com toda a doçura
embalar-te na minha candura
no entanto derrubo-te com frieza
assalto-te e massacro-te
com a minha dureza

não quer dizer que não te ame
que te que
ira
digo apenas que o meu amor
e o que sinto é violento
causo-te por vezes sofrimento


[ o caminho que ela percorre
fresca e translúcida...
que nos desperta prazeres
e cuja natureza nos seduz ]


ás vezes basta uma gota
para transbordar
e em pouco faço tempestade...
mas não te preocupes, meu querido
julgo ser apenas, saudade.



*Poema dedicado ao Dia Mundial da Água
, esse bem cada vez mais precioso;
o qual devemos por isso estimar, guardar e o mais que possamos, proteger.

7 comentários:

Anónimo disse...

Também eu julgo ser saudade... e um talento que começas a revelar cada vez mais ;)

Bjos :)

Leeloo disse...

oh...Bigada! :)És lindo!

;)Bjos.

Anónimo disse...

Belíssimo!
;) baci

Leeloo disse...

Obigadíssima Sophia!

:)Bjos

Anónimo disse...

tu erras os assentos prepositadamente???

Leeloo disse...

Bem Cândida, isto tem dias, sabes?
Obrigada pelo reparo: se notaste é porque estavas minimamente atenta ao que estavas a ler.
Fico contente.

Bem vinda!

(PS.: Já está alterado.)

Leeloo disse...

E Cândida: escreve-se "propositadamente" tá?

Fica bem ;)